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Os diferentes Caminhos de Santiago

  • Foto do escritor: Luciano Braz Neri
    Luciano Braz Neri
  • 20 de fev.
  • 6 min de leitura

Qual é o ideal para você?" – Explicação sobre o Caminho Francês, Português, Primitivo...

O Caminho de Santiago é mais do que uma rota de peregrinação: é uma jornada que testa corpo, mente e alma. Você pode começar por curiosidade, por uma necessidade de se perder para se encontrar ou simplesmente porque gosta de andar por aí sem destino certo. O que importa é que, no fim das contas, ele sempre entrega algo inesperado. Agora escolha seu Caminho, amarre suas botas e vá. Mas lembre-se: não há atalhos para Santiago – e nem para as boas histórias que você levará de lá.

O Caminho de Santiago não é apenas uma rota de peregrinação; é uma jornada de autodescoberta, resistência e histórias inesquecíveis. Há quem caminhe por fé, outros pelo desafio físico, e muitos apenas pelo desejo de se perder e se encontrar ao longo das trilhas ancestrais. Mas antes de partir, uma pergunta essencial precisa ser respondida: qual caminho escolher? Entre as diversas rotas que levam a Compostela, cada uma tem sua própria personalidade, seus segredos e suas surpresas. Este guia irá ajudá-lo a decidir qual delas é ideal para você, revelando também alguns tesouros escondidos e curiosidades pouco conhecidas do Caminho.


Os Diferentes Caminhos de Santiago: Qual é o Ideal para Você?

O Caminho de Santiago não é uma estrada única, reta e previsível. Ele é um organismo vivo, que respira através das pegadas dos peregrinos, das conversas trocadas nos albergues e dos copos de vinho compartilhados nas tabernas pelo percurso. Se você acha que vai encontrar apenas um caminho, prepare-se para um cardápio variado. Escolher sua rota para Compostela é como escolher uma garrafa de vinho em um bar galego: há clássicos confiáveis, opções para iniciantes e aquelas escolhas mais rebeldes para os que gostam de sofrer com prazer.


Caminho Francês: O Clássico, o Mito, a Lenda: O Caminho Francês é o “senhor absoluto” da peregrinação. O mais conhecido, o mais percorrido e, consequentemente, o mais turístico. Se você gosta de infraestrutura, albergues bem equipados e a possibilidade de nunca estar realmente sozinho, esta é a sua pedida.

O trajeto começa em Saint-Jean-Pied-de-Port, na França, e se estende por cerca de 800 km até Santiago de Compostela. Nos primeiros dias, você se depara com os Pirineus. Ou seja, começa sofrendo. Mas há recompensa: vinícolas de La Rioja, a magia de Burgos, as terras secas de León e finalmente a entrada na Galícia, onde o cheiro da umidade e do eucalipto te fazem lembrar que o fim está perto.

É ideal para quem quer a experiência “clássica” do Caminho, para quem gosta de companhia e de uma boa taça de vinho no fim do dia. Mas se a sua ideia de peregrinação é uma jornada solitária e introspectiva, talvez você ache esse roteiro um pouco parecido com um mochilão pela Europa, só que com mais bolhas nos pés.


Caminho Português: Menos Hype, Mais Charme: Se o Francês é uma metrópole, o Caminho Português é uma cidade pequena, cheia de ruelas charmosas e cafés onde você pode descansar sem pressa. Começa em Lisboa ou no Porto e segue até Santiago, com cerca de 600 km na versão completa ou 240 km na versão a partir do Porto.

Aqui, você não precisa disputar espaço com multidões, e a hospitalidade portuguesa é uma vantagem extra. As tascas oferecem refeições baratas e fartas – o que significa que você pode ganhar alguns quilos em vez de perdê-los. Além disso, há uma variação costeira para quem prefere caminhar ouvindo o barulho das ondas. Se o Caminho Francês é sobre tradição, o Português é sobre sabor e suavidade.


Caminho Primitivo: Para os Fortes de Espírito (e Joelho): Este é o trilho dos masoquistas. O Caminho Primitivo é o mais antigo, traçado pelo rei Alfonso II no século IX, e ainda hoje faz jus ao nome: trilhas de montanha, trechos selvagens e subidas que vão testar sua fé, sua paciência e seus ligamentos.

A rota sai de Oviedo e segue por cerca de 310 km até Santiago. Aqui, a paisagem é brutalmente linda, com colinas verdes, vilarejos esquecidos pelo tempo e uma sensação constante de que você está sozinho no mundo. Se você busca uma experiência introspectiva e está pronto para a fadiga muscular, vá em frente. Mas esteja avisado: se arrepender no meio do percurso significa que sua única opção é seguir em frente.


Caminho do Norte: O Rebelde: Você gosta de vistas espetaculares do mar? Quer evitar as multidões, mas sem abrir mão de um bom vinho e frutos do mar frescos? O Caminho do Norte pode ser para você. Ele parte de Irún, percorre a costa do País Basco, Cantábria e Astúrias antes de entrar na Galícia. É mais longo e mais difícil do que o Francês, mas também menos movimentado e, na minha humilde opinião, mais recompensador.

Prepare-se para subidas e descidas constantes, mas com o bônus de comer os melhores pintxos da sua vida.


Lugares Secretos ao Longo do Caminho - Nem só de catedrais e marcos oficiais vive o Caminho. Há cantos escondidos que valem cada quilômetro extra que você andar para encontrá-los.

Eunate, a Joia Templária

Perto de Pamplona, há uma igrejinha circular que mais parece saída de um filme medieval. Pouca gente faz o desvio para visitá-la, o que é um erro. Há algo místico no ar, algo que faz você se perguntar se cavaleiros templários realmente andaram por ali.


O Mosteiro de Samos, o Refúgio do Silêncio

Enquanto todo mundo se apressa em direção a Santiago, poucos peregrinos param para explorar este mosteiro beneditino escondido nas montanhas da Galícia. A vida monástica segue como se o tempo não existisse, e passar uma noite ali é como dormir dentro de um livro de história.


Muxía, Onde o Caminho Encontra o Oceano

Poucos sabem que, além de Santiago, há um destino final alternativo: Muxía. Ali, no encontro do Atlântico com a terra galega, os peregrinos encontram a verdadeira sensação de encerramento. É um lugar para olhar para o mar, soltar um suspiro e perceber que, depois de tudo, o Caminho nunca termina de verdade.


Curiosidades que Poucos Conhecem

1. O Caminho pode não terminar em Santiago

Muitos acreditam que a jornada termina na Catedral de Santiago, mas para os antigos peregrinos, o verdadeiro fim era Finisterra – o “fim do mundo” conhecido pelos romanos. E, honestamente, chegar ao oceano depois de semanas de caminhada tem um gosto muito mais simbólico do que uma fila para abraçar a estátua de um santo.


2. Há um Código de Ética não escrito entre os peregrinos

Quer ser respeitado no Caminho? Não ronque alto nos albergues, não bloqueie a trilha tirando selfies infinitas e, pelo amor de Deus, não fure a fila para o carimbo da credencial. Esses pequenos detalhes fazem toda a diferença.


3. Você pode encontrar bruxas no Caminho (ou pelo menos seus vestígios)

A Galícia tem uma tradição forte de misticismo e lendas. Em algumas aldeias, ainda se encontram velhinhas que falam do “mal de ojo” e de antigos rituais de proteção. Se alguém lhe oferecer uma “queimada” – uma bebida alcoólica flamejante acompanhada de um encantamento – aceite. É melhor não brincar com as forças ocultas do Caminho.


4. O Caminho de Santiago pode ser viciante

O que começa como uma aventura única muitas vezes se torna um chamado eterno. Há quem volte ano após ano, porque o Caminho é um pouco como uma droga: a primeira vez é intensa, a segunda, mais familiar, e depois você só quer mais.


No fim das contas, o Caminho de Compostela não é sobre religiosidade ou sobre quilômetros percorridos. É sobre desconforto. Sobre bolhas nos pés e refeições simples devoradas como se fossem banquetes. Sobre conversas com estranhos que, por alguns dias, viram irmãos de estrada. Sobre o peso da mochila que ensina a viver com menos, e o peso invisível que, se você tiver sorte, vai ficando pelo caminho.

Não há epifanias garantidas, nem promessas de iluminação. Mas há algo bruto e honesto em simplesmente andar, em seguir em frente, um passo depois do outro, até perceber que chegou – seja em Santiago, seja numa versão de si mesmo que consegue dormir melhor à noite.

E, se nada disso fizer sentido, pelo menos você terá boas histórias para contar e um gosto inexplicável por vinho barato e pão duro.

 
 
 

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